Páginas


quarta-feira, 12 de maio de 2010

A Minha Alma (a paz que eu não quero) e meus singelos devaneios


Re-pensando os temas tratados, debatidos em aula, sobre criminologia, leis de drogas e o Estatuto da Criança e do Adolescente, inclusive sobre a forma como é a nossa educação, e colocando tudo isso em link com o que dia a música da banda O Rappa - A Minha Alma (a paz que eu não quero), me pego devaneando sobre as incertezas de uma sociedade que se diz (pós)moderna.

"As grades do condomínio são pra trazer proteção, mas também trazem a dúvida de se não é você que está nesta prisão..." A sociedade que se diz pós moderna, se prende dentro de suas próprias casas, são a favor da pena de morte, mas são tão pós modernas, que não precisam pensar, simplesmente se (des)apegam a futilidades, bens materiais, posse, propriedade, propriedade... ser humano, só o próprio EU. Estão se aprisionando de quem, para que, "qual a paz que eu não quero conservar pra tentar ser feliz..."? Do Estado que continua por simplesmente impor, reprimir e pouco pensar? Ou daqueles que muitas vezes, estão envolvidos no tráfico, no roubo, no furto, por falta de oportunidade em outra "carreira"? Não estariam estes, querendo estar aprisionados como nós, simplesmente para se defender de uma força tarefa policial que não pensa, simplesmente usa da autoridade e força?
"...paz sem voz, paz sem voz, não é paz é medo", nos aprisionamos pelo medo que a própria (in)segurança nos faz sentir, muitas vezes nos aprisionamos sem pensar o porquê, de onde vem esse medo, pois além de tantas incertezas, se pararmos para analisar, PENSAR, não identificaremos os motivos, não entenderemos o sentimento, mas o continuaremos a sentir. Pensemos, quantas pessoas inocentes morrem pela própria polícia, que deveria ser a figura de segurança para a nossa sociedade? Polícia esta que invade lugares em busca de suas vítimas e que tiram e atira, no que vier pela sua frente, fazendo muitas vezes, que uma bala perdida se torne uma bala achada, causando mortes em quem nada tem a ver com o caso pelo qual levou a tão "digna" polícia ao local. Se o problema fossem só os traficantes, fossem só a "criminalidade" da classe média-baixa, alías, somente da classe baixa, dos favelados, dos "vileiros", se os problemas todos oriundos daquela mesma classe classe, daquele mesmo estereótipo, daquela mesma figura de criminoso que nossa sociedade preconceituosa, sem seriamente analisar e tomar conhecimento de fatos, ou por simplesmente acreditar nas informações "maquiadas" que nossa mídia repassa, assim como Lombroso, criou O perfil de criminoso, no qual se encaixam somente os mais "pobres", os mais desprovidos de oportunidades, os que não tem as costas quentes, os negros, os favelados, os mal "engomados"... uma sociedade atrelada a preconceitos. presa a estereótipos, a características físicas e muita futilidade, em uma sociedade medíocre, que não raros são os exemplos, a mídia não precisa ser lá tão eficiente, basta continuar com o discurso singelo, do "CRACK NEM PENSAR", como foi discutido em aula... pois para uma sociedade mediana, preguiçosa para pensar, a mídia, conhecendo o seu "eleitorado" manipula e consegue atingir uma aceitação da sociedade, que acaba por vestir a camiseta, mesmo sobre assuntos em que a solução só vem quando se pensa!

Pensar para quê? Não se pode comprar um pensamento pronto? Nesse sentido, cabe mais uma passagem da música: "Mas não me deixe sentar na poltrona num dia de domingo, procurando novas drogas de aluguel, nesse vídeo coagido...". Vídeo coagido por aqueles que detém o poder, os senhores da mídia que manipulam sem esforço algum a mente dos que se apoiam frente à TV alugando drogas e drogas, se viciando de drogas anti pensantes. O pensamento pronto vem da mídia, que engana e acaba por banalizar o que é relevante e torna importante o que é aquilo que é banal. sem precisar pensar, as pessoas adotam e acredita, nas ideias prontas, ideias que "alugaram" da mídia mesquinha, que deixa de cumprir efetivamente o seu papel, que acaba por infestar a cabeça da população com fofoquinhas e informações da vida bio-físico-psico-afetiva dos globais e só, só isso é fundamentado, porque o demais, é informação pronta, só repassam o que pode ser constatado, mas não se preocupam em fazer uma análise sério do porquê de tal tragédia, como isso poderia ter sido evitado, enfim, não vão à fundo a uma notícia, nesses casos são superficiais, pois não tem como reinventar, como negar, como manipular... Mídia que oculta ou é incapaz de usar o ser poder de entrar nas casas da população, para levar informações de relevância, culturais, educativas, pesquisas (sérias), dados cinetíficos, informações reais de uma realidade sócio-econômico-cultural do país, através de temas que precisam ser debatidos, apreciados e entendidos para uma evolução da própria sociedade. Entendível(?), talvez porque, o que é relevante não dê ibope, e se não dá ibope, não é lucro, não se transforma em $ (cifras, dinheiro)!

O Estado é omisso! A mídia é omissa. Omissos na verdade dos fatos, na saúde, na infra-estrutura, na segurança que gera insegurança, e principalmente na educação. Quanto mais educação se der para um povo, mas difícil é de ludibriá-lo, mais difícil é de simplesmente impor alguma coisa, pois as pessoas com um pouco mais de educação, cultura, acredita-se que terão mais discernimento e mais senso crítico para analisar, pensar naquilo que lhe é oferecido ou imposto. Beccaria já dizia "... o meio mais seguro, mas ao mesmo tempo mais difícil, de tornar os homens menos inclinados a praticar o mal é aperfeiçoar a educação."¹, não uma educação como a que temos, como vale a frase de Nietzsche sobre a educação : "uma só boca que fala para que muitos ouvidos e metade mãos que escrevem.", ou seja, não para uma educação que são só ouvidos e mãos que copiam, uma educação que somente impões, mas uma educação que debate ,que faça pensar, pois caso contrário, continuaremos a (sobre)viver, erguendo "muros que nos dão a garantia de que morreremos cheios de uma vida tão vazia."²

Citações:
¹ - BECCARIA, Cesare. Dos Delitos e Das Penas. EDIPRO: São Paulo/SP, 2003, p. 96.
² - Música Muros e Grades - Humberto Gessinger


Uma amiga, após a leitura do texto, me disse mais ou menos assim:

"Vão te rotular como: comunista, maconheira e por fim sonhadora!"

(????????????)




5 comentários:

Margarida disse...

Classifico-te como: Comunista, Revoltada e Anti-Globo/Grupo RBS.


Te amo do mesmo jeito.

Jeferson Cardoso disse...

Violeta, esta me parecendo um pouco revoltada. A vida é só uma e passa rapidinho.
Aproveito a sorte de estar aqui em seu blog e lhe convido para opinar em meu trabalho que já dura quase três meses (O Diário de Bronson).

Abraço do Jefhcardoso do http://jefhcardoso.blogspot.com

Margarida disse...

Tchê, o cara ali de cima foi muito gente fina... "um pouco revoltada" hushaushau

Violeta disse...

Tchê... além de tudo que isso que já escrevi, minha "ADMIRAÇÃO" revoltada pelo Grupo RBS ontem foi pro espaço... o que era aquele Paulo Brito narrando o jogo do IMORTAL??? Ai que náuseas que me dá!!!!
"Gol. Feito!" .. é mesmo um colorado F.D.P....

Dá-lhe, dá-lhe dá-lhe TRICOLOR!!!

Te amo Margarida!!!







jefhcardoso: Sou totalmente revoltada com preconceitos e discriminações, são atos que repugnam e me enlouquecem!
Quando se vai mais a fundo em uma realidade social, percebe-se a podridão de um sociedade midiática e mediana!

heheh, quanto a sorte de estar no meu blog, te confesso não saber se sorte ou azar seu, pois aqui se vê de tudo um pouco, mas quase que exclusivamente meus sentimentos e devaneios!
Com certeza visitarei seu blog e estará na minha lista de favoritos, sou uma nova viciada em blog's!
Abraço!!

Margarida disse...

Mulher, acredite: O Paulo Brito NÃO é Colorado! Sempre achei que fosse, mas um dia vi uma reportagem com ele e disse torcer pelo Caxias, me parece... Na boa, ele tem todo o jeito, mas é só falta de admiração pelo Copeiro, mesmo.

Detalhe: Se o Grêmio fizer eu passar pela mesma aflição de ontem quando for jogar na Vila, pode deixar o médico cardiologista de plantão. Enfarto certo!